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Taxa de liberação de crédito: entenda por que é ilegal e como funciona

A taxa de liberação de crédito é uma prática ilegal, mas ainda encontrada em algumas instituições financeiras.

Trata-se de uma cobrança solicitada antes da liberação de um empréstimo, exigindo que o cliente pague uma quantia antecipada para acessar o crédito aprovado. Essa prática é vetada pelo Banco Central desde 2008 e visa proteger os consumidores de práticas abusivas e de golpes frequentes no setor financeiro.

A cobrança dessa taxa se tornou uma das principais queixas no Procon, pois explora a necessidade dos consumidores de forma injusta. Na busca por crédito, muitos clientes acabam aceitando pagar pela liberação, sem saber que esse custo é ilegal e desnecessário.

Além de ilegal, a taxa de liberação antecipa um valor que deveria estar embutido no crédito contratado, sendo descontado diretamente das parcelas, e não exigido previamente.

Taxa de liberação de crédito entenda por que é ilegal e como funciona
Cobrar taxa de liberação para empréstimo é prática ilegal – Crédito: Jeane de Oliveira / procredito360.com.br

A taxa de liberação de crédito

A taxa de liberação de crédito representa uma cobrança antecipada exigida para liberar um empréstimo. Embora possa parecer uma formalidade comum, esse tipo de taxa é ilegal no Brasil, pois representa uma cobrança indevida sobre um valor que o consumidor ainda não recebeu.

O Banco Central proíbe tal prática desde 2008, ressaltando que qualquer taxa deve ser paga apenas após a liberação do crédito e deve constar no contrato em forma de Custo Efetivo Total (CET).

Veja também:

Como funciona a cobrança indevida da taxa de liberação

Na prática, a cobrança ocorre após a aprovação inicial do crédito, quando o cliente recebe a informação de que precisa pagar uma quantia para liberar o valor solicitado.

Essa exigência, além de abusiva, costuma ser um sinal de alerta para fraudes, pois algumas instituições desaparecem com o pagamento sem fornecer o crédito.

Clientes em situação de urgência financeira, por desconhecimento, acabam aceitando a taxa sem perceber o risco envolvido.

A ilegalidade da taxa de liberação no mercado financeiro

De acordo com a legislação, a taxa de liberação de crédito é uma prática proibida, e qualquer cobrança antecipada é ilegal. Exigir depósitos ou valores antes da concessão do empréstimo configura abuso e pode ser denunciado ao Banco Central e ao Procon.

Além disso, a cobrança de valores antecipados facilita a atuação de golpistas, que frequentemente usam essa exigência para enganar clientes e desaparecer após o pagamento.

Taxas permitidas em contratos de empréstimo

No Brasil, há algumas taxas permitidas legalmente em contratos de crédito, desde que estejam listadas no CET e cobradas durante o contrato, e não de forma antecipada:

  1. Taxa de juros: Essencial em qualquer contrato de crédito, varia de acordo com o risco de inadimplência do cliente e representa o lucro da instituição financeira.
  2. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): Incide sobre operações de crédito e faz parte do CET, repassado ao cliente junto às mensalidades.
  3. Tarifa de Cadastro (TC): Valor único para cadastro de clientes, cobrindo custos administrativos iniciais da operação de crédito.
  4. Seguro: O seguro prestamista pode ser oferecido de forma opcional em alguns créditos, mas não pode ser obrigatório, exceto em financiamentos imobiliários.

Essas taxas, quando aplicadas corretamente, devem ser inclusas no contrato e detalhadas no CET, nunca como uma cobrança antecipada.

Identificação de cobranças indevidas em contratos de crédito

Para evitar práticas abusivas, o consumidor deve conhecer as cobranças ilegais que podem surgir em contratos de empréstimo:

  • Taxa de Abertura de Crédito (TAC): Abolida em 2008, essa taxa era utilizada como custo de abertura de contrato, prática hoje proibida.
  • Seguros obrigatórios vinculados: Somente financiamentos imobiliários exigem seguro obrigatório. Empréstimos pessoais não podem incluir seguros sem consentimento.
  • Cobranças antecipadas: Qualquer taxa antecipada para liberar o crédito é ilegal e deve ser imediatamente questionada.

Essas práticas, quando detectadas, são passíveis de denúncia junto ao Procon ou Banco Central. O cliente deve sempre verificar o contrato e garantir que as taxas cobradas estejam de acordo com o CET.

A possibilidade de negociar taxas de crédito

Algumas taxas em contratos de crédito podem ser negociadas com a instituição financeira, embora isso dependa da política de cada banco. No entanto, a taxa de liberação de crédito é proibida, e sua cobrança deve ser motivo de alerta.

Caso o cliente encontre essa exigência, o ideal é recusar a contratação e denunciar o abuso.

Opções de crédito com taxas baixas e regulamentadas

Em algumas modalidades de crédito, o Banco Central estabelece limites para a taxa de juros, garantindo condições mais acessíveis aos consumidores. Conheça as opções mais vantajosas:

Empréstimo consignado

Destinado a aposentados, pensionistas do INSS e servidores públicos, o empréstimo consignado é uma opção de crédito segura e com taxas reduzidas.

Com limite de juros de 1,66% ao mês para empréstimos e de 2,46% ao mês para cartões consignados, essa modalidade é descontada diretamente da folha de pagamento ou benefício.

Portabilidade de crédito

A portabilidade permite que o cliente transfira seu contrato de crédito para outra instituição com condições melhores, como juros mais baixos. Essa é uma opção válida para quem busca reduzir o custo do crédito sem pagar taxas abusivas, devendo verificar todas as tarifas no CET.

Comparação de Custo Efetivo Total (CET) para um empréstimo consciente

O CET, ou Custo Efetivo Total, é a principal medida para comparar diferentes ofertas de crédito. Ele inclui todas as taxas e despesas do contrato, permitindo uma comparação precisa do custo entre as opções disponíveis.

Dessa forma, é possível escolher a alternativa que melhor atende às necessidades do cliente, evitando gastos desnecessários.

Medidas de proteção contra cobranças indevidas

Para evitar ser vítima de cobranças abusivas, é fundamental seguir algumas medidas preventivas:

  1. Verificar o cadastro da instituição: Certifique-se de que o banco ou financeira está registrado no Banco Central e possui CNPJ válido.
  2. Analisar o contrato: Leia atentamente todos os detalhes do contrato e garanta que as taxas estejam listadas no CET.
  3. Evitar ofertas de crédito atraentes demais: Desconfie de promessas de crédito fácil e imediato, principalmente se exigir pagamento antecipado.
  4. Usar canais oficiais: Sempre utilize os canais oficiais das instituições financeiras para evitar fraudes e golpes.

A importância de rejeitar taxas de liberação de crédito

A taxa de liberação de crédito, além de ilegal, coloca o cliente em risco de fraude e perdas financeiras. Optar por instituições sérias e verificar detalhadamente o contrato são atitudes essenciais para evitar problemas futuros.

Clientes bem-informados sobre o CET e os custos legais de um empréstimo podem fazer escolhas seguras e evitar armadilhas no mercado financeiro.

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